Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Percepções

 

Decepções e imprevistos são muito comuns na vida de todos e por mais equilibrados e otimistas que possamos ser são acontecimentos que sempre causam aborrecimentos. Embora possam ser controlados ou minimizados através da disciplina mental e atitudes positivas, muitas vezes acabam nos causando sérios problemas. Acredito que não deva existir um superser humano que possa evitá-los, mas com certeza existem muitos que são incapazes de lidar com esse tipo de situação. Nos casos mais graves, a ajuda profissional é indispensável, já em outros, o apoio das pessoas mais próximas geralmente é suficiente para superá-los.

 A capacidade de lidar com estas adversidades é que nos diferencia das demais pessoas e nos eleva como espécie, como seres racionais e conseqüentemente inteligentes. Obviamente que saber lidar com esses aborrecimentos não é somente uma questão de inteligência, tem muitas outras questões que até os mais avançados estudos na área da psicologia e outras ciências admitem desconhecer.Definitivamente não somos perfeitos e iguais, ou seja, é natural que tenhamos reações diferentes diante de situações aparentemente similares.

Tenho me esforçado para entender porque pessoas, consideradas saudáveis, diante de uma situação, por algum motivo ou algo que tenha corrido de forma inesperada e adversa ao desejado, simplesmente perdem o limite. Perder a serenidade é compreensível, mas ter um verdadeiro “desarranjo mental” é muito mais sério. É claro que isso às vezes pode ocorrer, mas repetir-se com freqüência diante do mesmo tipo de infortúnio merece uma maior investigação, pois não é uma atitude de uma pessoa equilibrada e saudável. 

O que é ser saudável é discutível. A sabedoria popular, já diz que “de perto ninguém é normal”, mas esta não é uma análise profissional, quero apenas alertar para a necessidade de nos auto-avaliarmos quando estivermos diante desses aborrecimentos do cotidiano. E é justamente nesta hora que precisamos nos socorrer da inteligência, sejam elas; racional, emocional, psicológica, quântica ou tantas outras que possuirmos, pois em última análise, trata-se do poder que temos e de utilizá-las para não fazer o que não devemos e não queremos fazer.  Se não temos esse controle ou essa capacidade, só nos resta admitir que precisamos desenvolvê-la e trabalhar para isso.

No entanto, temos também a liberdade de optar por permanecer assim e sistematicamente passar pela mesma situação várias vezes ou atribuir a responsabilidade a algo ou alguém. O responsabilizar o outro nestes casos ocorre sem que a pessoa perceba, pois sua mente encontrará sempre razões para justificar-se, impedindo que a auto-análise ocorra.

O maior empecilho para se fazer à auto-análise vive camuflado dentro de nós e tenta nos impedir de todas as formas que reconheçamos as nossas falhas. Admitir e assumir a responsabilidade de melhorar-se é para poucos e certamente é do livre arbítrio de cada um. Assim, não temos que tolerar os destemperos típicos destas pessoas. São pessoas que devem ser auxiliadas a perceberem suas necessidades ou orientadas a procurarem ajuda adequada. Isso é uma tarefa que devemos fazer, mas não mais que algumas vezes, sob pena de cairmos no mesmo mecanismo e perdermos o próprio equilíbrio.

Ajudar e orientar essas pessoas é tão importante quanto a nossa responsabilidade de não nos deixarmos envolver ou sermos responsabilizados pelos seus problemas. Parece simples deixar que cada um resolva seus problemas. Ocorre que algumas pessoas têm a capacidade de transferir seus problemas de forma tão sutil, que quando percebemos já estamos envolvidos e até nos sentimos culpados. Não se trata de sermos indiferentes ou deixar de ter compaixão, mas de não se deixar contaminar por problemas que não são nossos e ao mesmo tempo propiciar-lhes a oportunidade de perceberem seus problemas.

O ser humano vem a passos largos no sentido de compreender a sua responsabilidade individual na caminhada evolutiva, sem, contudo ser um individualista indiferente ao social, portanto, ajude, faça caridade e distribua amor, assim estarás fazendo a tua parte, mas lembre-se que cada um tem seu caminho a fazer. Pense nisso.

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 22/04/2008
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