Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Textos
Pensamentos persistentes
 
Estou de volta com outro assunto, mas que ainda é reflexo do texto da semana passada. No qual eu pretendia falar sobre o verão e a praia, mas sequer consegui sair dos primeiros parágrafos. A primeira percepção foi de que a persistência às vezes se torna algo negativo, mas depois me levou a novas reflexões.
Apesar de consciente da improdutividade em continuar a escrever aquele texto, não conseguia deixar de pensar nele. Estava fixado no assunto, de uma forma que automaticamente me via pensando nele.
Mas o que era então aquela fixação em terminar algo que eu já sabia ser improdutivo persistir? A partir deste questionamento, percebi que se tratava de mais uma armadilha mental, essas coisas que surgem na nossa cabeça espontaneamente e acabamos aceitando-as como importantes verdades e que passam a nos dominar. Eu estava ficando obsessivo e amplificando o problema, pois, quanto mais “trabalho” dedicava àquela atividade, menor beneficio obtinha. Era obvio que seria muito mais proveitoso empregar a mesma quantidade de energia se investisse pensando em planejar e executar outra atividade.
Toda essa fixação estava me deixando improdutivo, pois sempre que dispunha de algum tempo meu pensamento voltava para aquele texto, desperdiçando tempo e energia. Nesta minha fixação mental, eu fazia uma espécie de regressão ao momento em que iniciei o texto e formulava mil e uma maneiras de escrever de forma clara e objetiva todos aqueles motivos.
Encontrava razões e contra-razões referente à obrigação de ir à praia no verão, gostando ou não. È claro que me sobravam argumentos e todas as formas de redação me pareciam perfeitas. Algo que não tinha a menor importância porque já havia abandonado o texto. Era um absurdo continuar com aquela fixação, com aquele remoer de possibilidades. Eu só estava amplificando o assunto e tornando-o um problema que me roubavam preciosos momentos, sem contar no desgaste mental aumentando ainda mais o estresse diário.
 Assim percebi que inúmeras vezes temos a oportunidade de relaxar e nos concentrarmos em algo que nos dá prazer, mas não o fazemos. Um exemplo é quando estamos presos no trânsito ou na fila do banco, situações nas quais, só nos resta a infeliz opção de esperar. Mas se revertêssemos esse momento, poder-se-ia utilizar este tempo para descansar ou simplesmente para pensar em algo mais produtivo, no entanto, acabamos nos fixando na demora, como se pudéssemos com o nosso pensamento acelerar o atendimento ou reduzir o congestionamento.
Quando não podemos fazer nada de útil a favor do nosso objetivo, o melhor a fazer é esquecê-lo e tentar qualquer outra coisa. Não importa o quanto é importante o objetivo, mas se não houver nada que possa ser feito é melhor esquecê-lo. Estar atento a esse tipo de armadilha evitará que desperdicemos tempo com inutilidades que só nos roubam energia, aumentando ainda mais o nosso estresse diário. É perder tempo de viver, já que a vida não espera que tudo esteja resolvido ou andando perfeitamente como desejamos. A vida acontece agora, não temos que esperar nenhum momento dourado para viver.
Ficar amplificando pequenos aborrecimentos ou fixar-se em banalidades só traz irritação e nos deixa impacientes diante da vida. São esses fatores que originam as armadilhas em nossa mente e nos levam a esperar ansiosos e impacientes por acontecimentos que não podemos nem definir. Com isso acabamos “matando o tempo” e não vivemos o que poderíamos viver. Quando nos fixamos, ampliamos ou persistimos com algo, sejam ações ou pensamentos que não trazem nenhum benéfico, devemos abandoná-los, arrancá-los de nós pela raiz, pois vão além da improdutividade e da perda de tempo, são armadilhas que nos impedem de viver e experimentar coisas novas. Afinal, não existem preliminares na vida, ela é agora. Pense nisso. 


06.02.08
Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 23/03/2008
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