Existem ausências
que não cabem no silêncio —
elas se espalham no ar,
pesando sobre o perfume das pétalas.
E as rosas,
testemunhas antigas do amor,
inclinam-se em luto,
deixando cair seu orvalho
como lágrimas que ninguém recolhe.
Porque há partidas
que não secam com o tempo;
ficam vivas na seiva,
fazendo até a beleza
lembrar que sabe chorar.