Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Dias mais felizes

            Diariamente nos deparamos com milhares de acontecimentos, dos quais, alguns nunca mais lembramos e outros, profundas marcas, por trazerem grandes alegrias ou sofrimentos. Os dias transcorrem padronizados em horários e rotinas, mas diferentes nas possibilidades, uma vez que estas se renovam a todo instante. Um único dia nos oferece infinitas oportunidades para podermos direcionar as nossas ações à própria felicidade.

            Quando elevamos nossa vida a um estágio de bem estar, temos momentos de paz e felicidade, ao contrário de quando nos deixamos invadir pelo desânimo onde a dor se manifesta com toda sua força. Nessas ocasiões é difícil imaginar que, o que parece ser fruto de acontecimentos, ou algo que sequer esperávamos, normalmente advém da nossa incapacidade de mantermos a mente elevada. Com isso, criamos inconscientemente essa realidade para nós mesmos.É um processo que os seres humanos ainda não dominam, mas sabe-se que advêm da nossa capacidade de inventar e criarmos a própria realidade seja ela consciente ou não. Isto é muito difícil de se admitir, especialmente quando os fatos parecem totalmente absurdos e por maior que seja o esforço para compreendê-los continuam inaceitáveis. Mas é fato que vem sendo estudado e compreendido cada vez mais por especialistas desta área.

Quando essa dor é provocada por acontecimentos externos, geralmente conseguimos compreender e lidar melhor com a situação, no entanto, se a origem for interna, ou seja, aquela que nos mesmos criamos e não a admitimos, ou sequer aceitamos a hipótese de termos alguma responsabilidade.

Temos a capacidade e a liberdade de escolher qual das atitudes quer tomar; são elas que vão refletir nos momentos de paz, felicidade ou dor. Não podemos esquecer que a felicidade está relacionada como as nossas escolhas, nossos comportamentos e nada que é externo podem roubá-la, porque faz parte do núcleo do nosso ser. Como dizia La Rochefoucauld "Se alguém não encontra a felicidade em si mesmo, é inútil que a procure noutro lugar".

Somos uma espécie superior, não somente pela consciência de nós mesmos, mas também pela grande capacidade de adaptar-nos àquilo que nos acontece, capazes de agüentar as mais difíceis situações, de esperar e superar muitas adversidades, mas quando agimos mal, atuamos contrários à natureza humana, tornando o viver muito doloroso. Nós não fomos criados para sermos infelizes, nossas regras internas nos impulsionam para a felicidade, só um insensato poderia pensar que Deus nos criou para submeter-nos a continuas desgraças.

            O que é inegável seja como for o dia, chuvoso, ensolarado, quente ou frio, a responsabilidade de torná-lo um bom dia é individual, e isso é intransferível. Este é um processo particular, não temos alternativas, não é possível fugir de si mesmo o tempo todo e assim como o tempo, nós também somos infinitos. A realidade é que devemos obrigatoriamente conviver com isso e não podemos fugir da própria responsabilidade de sermos felizes, mas também não significa que precisamos ser individualistas. A solidariedade, a caridade e o amor devem ser constantes nas nossas ações, apesar do autoconhecimento ser um processo solitário e individual. Parece óbvio, mas a única pessoa que estará presente em sua vida o tempo todo, é você mesmo, isso é imutável, externo, temporário, transitório e deve servir somente para exercitar-nos.

            Não estava pensando em falar tanto da felicidade, e sim da responsabilidade que temos em fazer o nosso dia melhor e vê-lo como uma oportunidade não somente em cada amanhecer, mas em qualquer momento das 24 horas. Mas de que valeriam essas oportunidades se não direcionarmos os esforços para a busca da felicidade? Se quiser saber se ela é o caminho ou um lugar, a resposta está no nosso interior, cujo acesso é um labirinto com infinitas possibilidades. Não encontraremos a resposta se não estivermos dispostos a ir fundo, mas bem fundo em nós mesmos. Temos que dedicar nossos esforços para tornar os nossos dias mais felizes, afinal, não existe nada mais importante a fazer, que ser feliz. Pense nisso. 

 

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 11/12/2007
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