Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Textos

 

Foi uma vida de muitas conquistas, quando algum problema se apresentava, o santo chamava. Tudo se resolvia e a vida seguia, sem percalços. Outras vidas foram assim, para ele sempre flores de jasmim, aos outros pereira sem fim. Mas em todos a fé no santo sempre prevalecia, assim a doutrina dizia. Rezava sempre que podia, mas em relação aos outros é bem mais sua quantia. Com tanta reza todo dia, o santo sempre atendia, mas o que apodre criatura não sabia, que a reza era a energia que o santo nutria. Reza, pensamento ou mentalização, energia que crescem ao lhe darmos direção. A energia que a reza da criatura produzia ao santo dirigia e ele crescia. Quanto mais crescia maior a alegria de quem pedia, logo o santo atendia. E assim era seu dia a dia, um círculo de troca de energia, mas a vida floria. Mesmo entre as flores também tem havia dissabores, mas quem os não teria, para ver olhar em volta bastaria, e ele via. Via podres criaturas, sem comida, lazer ou qualquer estrutura, muito pior que qualquer desventura que tenha enfrentado, era a certeza que não estava rezando errado. O que mais lhe prendia é que sempre que algo ruim acontecia, não estava com a reza em dia, então nunca se esquecia de rezar, cada vez mais todo o dia e até ofertas oferecia.

Esses são os santos de hoje em dia, parece que vem nos chantagear - reze, reze sem para que eu possa te ajudar – é o santo no ouvido toda hora a lembrar. Às vezes, só as vezes, fico a pensar, mas que santo é esse que tudo quer trocar, sem reza não pode ajudar? Não sou muito de questionar, as vezes é preciso simplificar, mas sem questionar se vai ao lugar de quem esta a comandar. Questionei, pensei e conclui que a algo de errado por aqui. Não me venha com grande descoberta meu guri, deboche não precioso aqui. O erro a que me referi e o adestramento que recebi, eu, você e todos nós aqui. Pense fora das quatro linhas que traçaram para ti. Dirigem teu destino, teu pensar e até te fazem acreditar que tens livre arbítrio pra escolher, mas o sistema a te prender é difícil de desvendar, quem dirá a verdade enxergar.

Nesse meu atravessado pensar, quero apenas perguntar, porque tato santo para me ajudar, se tudo tenho que trocar. Santo que se preza, deve sempre ajudar, generosidade, compaixão, sentimentos e virtudes do coração onde estão? Não estou a afirmar, que  em santo não deve confiar, apenas quero separar o santo que para algo conseguir sempre tenho que dar, implorar e esperar do Santo que  esta sempre disposto a me ajudar. Esse Santo que esta pronto a me ajudar, nada pede pra trocar, apenas devo me elevar. Seus exemplos praticar, suas virtudes espalhar, sua luz refletir e em mim confiar. Nesse longo e breve caminhar, não há quem possa andar no meu lugar, o santo só pode me auxiliar se sua frequência eu consiga vibrar, pois pra cada onda tem um jeito de surfar. O Santo que sempre está ao lado a me ajudar, habita no outro andar e acima quer nos encontrar. Esse é o Santo  que não desce, não baixa aqui, porque já esta aqui, através de ti. Esse andar não tem elevador para acessar, é preciso cada degrau vencer, degrau da escuridão dessa ilusão a nos cercar, mas que posso iluminar em cada gesto ou atitude que eu tomar. Rezar é uma forma de se elevar, seria loucura negar, mas é preciso diferenciar os destinos do rezar, para que essa energia possa verdadeiramente ajudar. Rezar para trocar não gera valor ao doador apenas se beneficia seu receptor e muita dor posterior. Dor de, ao atravessar, encontrar o santo que vivia a nos ajudar e perceber que estava a nos escravizar.  Rezar para se elevar, alcançar o outro andar e a seu Eu Superior se juntar, esse é o caminho do despertar. Rezar com palavras e ações, sentimento e gratidão, nos elavam deste chão que nos prende na ilusão. Para essa densa e pesada floresta atravessar não basta abrir clareira para um pouco de sol entrar, mas através do seu esforço em se melhorar, criar o helicóptero que possa nos elevar acima das copas e poder voar. O santo que é preciso trocar, nos prende no círculo da ilusão, sempre dá menos do que recebe, no máximo abre clareiras para em alguns momentos nos aliviar, nunca elevar. Mas Santo que quer nos elevar trabalha para dissolver nossa ilusão, direciona o andar, desperta o acreditar, acreditar que somos Deus em ação, que a força da Centena Divina em nosso coração, nos elevam ao andar acima para reencontrar o Eu Superior e juntos retomar ao lar. Nessa floresta, o que mais há são santos que querem trocar, quem souber enxergar vai ver que o verdadeiro crescer é se conhecer, ver com olhos de ver, sem deixar de experenciar o poder que é Ser a Fonte em manifestação expandindo a criação.

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 16/05/2022
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