Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Textos

Sinopse de uma vida em outras vidas.

Havia chegado à hora da seleção. Um salto evolutivo iria ocorrer. Felizes os que seguiram o caminho do amor e da caridade, permaneceriam a desfrutar daquele leve e suave habitat.  Para nós, em nossa ignorância e teimosia, restava a resignação e a oportunidade de reiniciar em um novo mundo. Poucos aceitaram, pois a revolta diante de tal atitude foi o que predominou.

Acabei sendo enviado para o planeta terra, como muitos, que há tempos vinha sendo preparada para receber os que insistentemente resistiam em seguir o outro caminho. Os elementais já haviam assumido a responsabilidade pelas mudanças climáticas e correntes marítimas, pela precipitação da chuva e até já haviam introduzido o fogo, além de muitos outros fenômenos da natureza. Os quatro elementos atuavam no planeta intensamente, embora só viessem a ser identificados muito tempo depois. Podemos dizer que a magia estava em toda a parte. Mas, com o passar dos tempos, a ciência nos trouxe muitas informações a respeito da constituição da matéria sem, contudo, elucidar claramente esse conhecimento.

No seu projeto divino, o pai concedeu-me nova oportunidade. Fiquei aos cuidados da mãe natureza, no planeta destinado a se chamar terra. Depois de ter experimentado a leveza das energias de Cristal, a terra exercia uma espécie de “força restritiva” desproporcional que limitava os meus movimentos. O ambiente era infinitamente mais denso e o acesso à energia que necessitava para sobreviver, era difícil e desconhecido.

Jogado neste ambiente tutelado por seres primitivos, com o papel materno sendo desempenhado por um adorável e generoso peixinho, iniciei uma nova oportunidade de aprendizado. Muitos vieram, mas apenas alguns seguiram os caminhos da evolução moral e espiritual, que muitos séculos depois, seriam reforçados pela vinda de Cristo, responsável direto pela administração deste plano.

Ignorando muitos ensinamentos e as infinitas oportunidades, me deixei levar pelas forças trevosas; ora, mais atraentes e fáceis de serem seguidas, reprovei por inúmeras vezes. Em algumas avançava, já em outras regredia. Muito do conhecimento adquirido com o compromisso de me elevar e os irmãos de caminhada, deixei de empregar. Aplicava-o nos mundos inferiores, e como “castigo” repetia a jornada. Não percebia que seus habitantes me aprisionavam e me comprometiam cada vez mais com os funestos fins das sombras.

À medida que a humanidade avançava na organização social e moral, desperdicei várias oportunidades de crescimento, assim como, em muitas civilizações e recentemente em países, tive muitas oportunidades de me reerguer. Aproveitei várias que me fizeram crescer e aprender. Porém, ao chegar nas encruzilhadas, por diversas vezes, optei pelo caminho mais difícil. Atitude aparentemente estúpida aos olhos atuais, afinal, sempre existe o livre arbítrio, mas fazia a escolha sob o sentimento de revolta, orgulho e vaidade, o que me levava a optar pelo caminho errado. A ligação com as trevas, fruto de freqüentes passagens e reencarnações mal sucedidas, ilusoriamente me levava a optar pelo caminho indevido. Um trágico erro que acabava sendo resgatado após imensa dor. Ao repetir “estupidamente” esse caminho, finalmente aprendi que havia um caminho mais leve. O caminho do amor. Por onde andei várias vezes, reprovei em algumas matérias, aprovei em muitas outras, para finalmente conclui que este é infinitamente mais gratificante.

No meio desta caminhada, generosamente através de insights, conheci parte das caminhadas anteriores. Mamãe “peixinho” cumpriu seu papel e, novamente ao elementais, as ondinas e as ninfas me acolheram com amor, ganhei segurança na energia das águas do mar, rios e cachoeiras regidas por Oxum.

O saldo desta caminhada de inúmeros sobe e desce, sempre pode ser melhorado. Orientado por espíritos superiores e, contando com meus registros na memória milenar, sigo para alcançar mais um degrau. Iniciado e reiniciado, somente um passo me afasta da escuridão onde meus companheiros aguardam, avaliam e necessitam do meu avanço. 

Caminho neste mundo cinza com o desejo e compromisso de avançar. O caminho é árduo e o debate interno intenso. Conto com o autoperdão e minha capacidade de amar e perdoar, como aliados da persistência para prosseguir. A oportunidade é agora, o momento é este, o caminho é único e inevitável.

A missão está posta como já esteve inúmeras vezes. Porém agora, a consciência expandiu-se um pouco mais e o rumo está mais claro. Mas, cadê a ação? Pois, a ação exige renúncia, abandono de vícios, muita determinação, além de tantas outras virtudes. Nada além do planejado, se tivéssemos a força necessária. As maiores dificuldades estão no apego ao material, um poderoso vício que traz com ele inúmeros outros, desencadeando as inversões de valores.

Todos os esforços das equipes assistenciais, além da intensa mão-de-obra do querido guardião, não conseguem me afastar da tentação das trevas, pois respeitam meu livre arbítrio. No entanto, não se cansam em me guiar, apesar de, às vezes, ainda me deixar vencer pelas sutis estratégias dos amigos das sombras, que me levam a visitá-los.

As discussões, o estresse, problemas no trabalho, o trânsito “nervoso”, isso tudo é utilizado para nos desarmonizar. Ao nos envolvermos com esses problemas diários, baixamos nossa freqüência vibratória e abrimos a porta para as trevas e, com a passagem aberta somos induzidos e até dominados a fazer o que não planejamos. Assim acabamos nos desviando da missão e fortalecendo cada vez mais os indesejáveis laços com estas vibrações inferiores. Portanto, manter o pensamento elevado é fundamental, além da forte determinação e retidão de conduta, baseadas no amor e na caridade.

Nesta caminhada a dor é muitas vezes o que nos reconduz ao caminho, basta entendê-la como meio utilizado divinamente para nos alertar e não para nos castigar. O amor é o outro poderoso sinalizador da rota a ser seguida. A dor quando física, é mais perceptível e pode representar não apenas um sinal de mudança pessoal, mas também para os que nos cercam. Quando a dor é interna, aquela que só nos conhecemos, é a certeza de que o rumo pessoal deve ser revisto, porque seguramente existe algum desvio na rota.

Tive vários nomes, porém hoje, me chamo Antônio. Com todos experimentei a dor e o amor, fundamentais para me despertar a mudar o rumo. Nesta passagem pela terra, após as inúmeras oportunidades de resgate, finalmente despertei. Reconhecendo sua importância e, apesar dos lamentos pelo tempo perdido, luto incessantemente para afastar-me dos mundos inferiores. Embora ainda aprisionado neste corpo humano, sigo lentamente meu caminho, na esperança de estar avançando rumo à luz. Imensamente grato com a generosidade do Pai, por permitir-me sucessivos aprendizados, cresço um pouco a cada dia.

E assim, prossigo alegremente, com a certeza de que um dia todos nos reencontraremos em um estágio mais elevado. Almas livres, amorosas e muito alegres, pela grande caminhada. 

 

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 09/08/2007
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