Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Matamorfose


Ela é linda, amável, encantadora, charmosa, dinâmica, atualizada, auto-suficiente, respeitada e bem sucedida profissionalmente, mas se descreve como uma “ovelhinha abandonada”. Cecília tinha o poder de deixá-lo nas nuvens, com uma simples palavra ele flutuava, sua voz era de uma doçura embriagante, seu charme e elegância eram despejados de forma crescente e gradativa nos pequenos gestos, no modo de segurar a bolsa, andar, pentear o cabelo, detalhes o faziam ficar saltitante de tanta felicidade. O azul do seu olhar levava-o ao céu em segundos, e nessa hora o paraíso era real. Para ele Cecília era a personificação do amor, era o amor na sua melhor forma estética, era prova que a outra metade realmente existia.
Quando estava com Cecília sentia que até então não vivera. Nunca na sua fértil imaginação conseguira imaginar alguém assim, jamais havia pensado em que poderia ser tão feliz, pensava estar sonhando. 
Quando tinham oportunidade de tomar um café juntos, falavam de suas preferências, seus sonhos, das esperanças e frustrações e outros assuntos corriqueiros, que também não eram distintos. Os sonhos, as expectativas para o futuro eram idênticas e complementares, realmente a vida estava sorrindo para eles.
Aqueles cafés não eram mais suficientes para que pudessem expressar todo o amor que sentiam e um passo a mais deveria ser dado. O Amor precisava ser concretizado, a parte física da relação não podia mais esperar, e não esperaram. Seria a prova cabal de que aquele amor era sólido e definitivo.
E foi aí que a “ovelhinha abandonada” deixou de existir. A metamorfose ocorreu e a “ovelhinha abandonada” se transformara totalmente dando lugar a uma loba sedenta de amor, era a verdadeira tradução do amor. Enquanto flutuavam exaustos e felizes entre os lençóis trocavam juras de amor eterno.
Somente mais tarde é que ele percebeu que a “ovelhinha” não sofrera uma metamorfose transformando-se em loba, mas que ela tinha a capacidade de passar de “ovelhinha” à loba conforme o ambiente, assim como, os camaleões adaptam sua cor ao ambiente em que se encontram. Era a confirmação que aquele não era um amor unidimensional, mas que havia infinitas dimensões a serem exploradas, pois sabiam que era um amor completo e perfeito.
Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 03/04/2007
Alterado em 03/04/2007
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