Repensando o Nada.
Sempre que alguém está estressado, a família e os colegas sugerem férias. O que geralmente mais se ouve é ”saia de férias, descanse um pouco e não pense em nada”.
Acredito que a intenção do “não pense em nada” seja de que o estressado possa sair da rotina e descansar sem precisar se preocupar com os assuntos que o levaram a essa situação.
Mas, nessas palavras há muito mais que isso, pois se o nosso estressado parar pra pensar no nada, ficaria estressado e acabaria internado numa casa de saúde por algum tipo de insanidade.
Não há nada mais original que o nada, pois se “no principio só existia o nada”, então o nada é a origem de tudo. Sendo o que deu origem a tanta diversidade, como poderia ser nada? Seguindo esse raciocínio ou inúmeros outros, realmente não seria possível descansar e certamente o estresse só aumentaria.
Se não tiver o que pensar, tente pensar no que é o nada. Garanto que não haverá nada mais difícil de definir do que o nada.
Como já dizia o filosofo, - “nada é uma faca sem lâmina, da qual se retira o cabo”. Sem pretensão de contrariá-lo, este dito não passa de uma bela definição, já que, o nada continuaria sendo nada. Ai esta um caminho rápido para a loucura, seja com o nada ou com qualquer outra definição.
Seguindo o raciocínio de Lichtenberg, nada é uma palavra na qual se retira as quatro letras, ou será uma palavra sem consoantes no qual se retira o a? Mas aí, o nada não seria duas coisas? Seria o nada uma possibilidade, para o que quisermos? Realmente o nada é muita coisa. Não há nada mais vago que o nada e nada mais improdutivo que aprofundar-se no nada.
Nada poderia ser objeto de um texto muito mais amplo, mas certamente em nada acrescentaria ao próprio nada. Portanto nada mais tenho a escrever.
Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 08/01/2007
Alterado em 12/04/2007