Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Textos
Uma Janela
Quando alguém fala que abriu uma janela e não especificar, podemos pensar que se trata de uma janela da residência, de um automóvel, de ônibus ou então de uma janela de alguns sistemas de informática.
No entanto, janela é uma expressão muito mais ampla no uso popular ou até mesmo acadêmico, como por exemplo; janela geológica, no texto ou de um vídeo, como também pode ser uma referência aos olhos, conhecidos como a janela da alma.
Assim, seja como for, pra mim uma janela é muito mais que a definição do dicionário. A percebo como uma nova opção, uma abertura, uma passagem, uma saída, uma nova forma de enxergar, de exibirmos algo, uma oportunidade.
Sempre que possível procuro ficar próximo a uma janela. Não é nenhuma espécie de fobia e nem sei explicar o que é talvez isso ocorra devido a um impulso do inconsciente, ou uma forma para procurar ver além, de estar aberto para o novo, ou então para deixar entrar o invisível. O simples ato de olhar pela janela nos remete para um novo mundo, um mundo que reflete nossa alma, um universo individual capaz de despertar os mais variados sentimentos.
É impossível deixar de ver e sentir a presença Divina quando espiamos pela janelinha do avião e observamos aqueles lindos flocos de algodão fofinhos e aconchegantes, que parecem nos convidar a uma esticadela, como se fossem uma cama macia nos esperando. Ou ainda, se deixarmos à imaginação fluir, podemos ver um belo parque de diversões com belos escorregadores para brincarmos, montanhas e lindas esculturas. Aquelas nuvens mais grossas parecem nos convidar a deitar nelas e brincar de Todo Poderoso, ficar espiando os humanos lá em baixo nos seus afazeres e aflições, como se estivéssemos esticados na cama, lendo um livro aberto no assoalho.
Nos dias de sol a infinita matiz proporcionada pelo contraste do sol com as nuvens e o azul do céu, formam uma imagem indescritível. Já nos dias de tempestade, os raios parecem fogos de artifícios entre belas construções numa noite de blecaute em um grande centro urbano. E nessa hora, se você se concentrar, irá sentir uma energia incrível e inexplicável, capaz de fazer qualquer cético parar e pensar na existência do invisível.
Obviamente que também podemos observar outras imagens maravilhosas como as noites enluaradas, por exemplo. Em que é possível ver o curso dos rios como se fosse uma serpente prateada que se locomove entre as cidades iluminadas que parecem árvores natalinas.
Se estivermos andando de carro, especialmente quando não estamos dirigindo, até às paisagens urbanas, geralmente muito cinzentas e monótonas, podem nos proporcionar surpresas incríveis, como aquela intrépida árvore cujo tronco esta todo castigado, mas que insiste em florescer apesar de tanta poluição. Ou até aquela pequena folhagem que desafiando tudo e todos cresceu no alto de um prédio ou em uma velha construção resistindo às intempéries e o escasso alimento.
Mas, ao nos afastarmos do cinza das grandes cidades, a paisagem torna-se mais colorida, e, além de encantar os olhos, nos convida baixar o vidro do carro e mais uma vez através da janela, a sentir os cheiros da natureza, nos proporcionando infinitas sensações de prazer.
E por último, apenas para citar três janelas “materiais”, é importante lembrar das janelas de nossas casas e de nosso local de trabalho. Podemos aprender muito com essas janelas. É através delas que temos a possibilidade de renovar os ares, relaxar, olhar as mudanças do dia, sentir melhor o clima, deixar a renovação entrar e sair o que não queremos mais, e principalmente ver e sentir a vida.
Mas também podemos olhar pela janela e não ver nada, por mais que a janela mostre as mais belas paisagens. Seria como nos conformarmos em olhar somente pela janela dos fundos e mais, nos acostumarmos a ver só os fundos e dar de cara com uma sólida e fria parede.
Dessa forma, procure ser como uma janela sempre aberta para deixar entrar e transparecer o belo e o novo em sua vida. Porém nunca uma janela fechada, e se tiver que ser de fundos, jamais se acostume com ela.
Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 29/12/2006
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