Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Textos
Como uma onda no mar.
 
Uma das atitudes mais difíceis na vida é mudar. Digo isso não somente porque estou encaixotando os livros, dvds, roupas, utensílios de cozinha, para mudar de endereço. Tampouco porque o frete para levar as “tralhas” custa os olhos da cara. Sem falar do aumento das despesas com consertos aqui e ali e de e todo o estresse que acompanha uma mudança. Não falo apenas do estresse advindo dos problemas relacionados ao trabalho e custos, mas também da adaptação psicológica na nova residência.
Mudar é ter que abrir mão da comodidade mesmo que a mudança seja para um local melhor. É sempre difícil sair da zona de conforto e efetivar a transformação. Em se tratando de área física, local pequeno, inadequado, mal localizado pouco importa, pois quando estamos adaptados ao lugar, mas mudar-se implica em abrir mão da acomodação e isso sempre incomoda. Parece contraditório, mas resistimos à mudança mesmo que seja para algo melhor, pois estamos adaptados, familiarizados com a situação em que vivemos. É a chamada acomodação, essa terrível trava que nos impede de crescer em todos os aspectos da vida.
A acomodação nos prende a um falso bem estar, pois nos empurra para a falsa sensação de tranquilidade e segurança que alimenta a inércia. A inércia, por sua vez, nos estagna sob o falso argumento de manter as conquistas, de evitar os excessos materialistas, o orgulho e a vaidade para evitarmos a mudança. Mesmo que muitas vezes seja, inconscientemente, resistimos às mudanças com medo do desconhecido e com isso deixamos de crescer e desperdiçamos aprendizados. Quantas oportunidades de crescimento profissional foram desperdiçadas por medo da mudança, por receio de perder a estabilidade e o conforto de executar a rotineira lista de tarefas.
Mudar requer esforço, pois significa lutar contra o nosso conformismo interno, enraizado e alimentado pelo medo do desconhecido. Sair da zona de conforto, mesmo que esse conforto seja apenas para executar uma estressante tarefa. Partir para uma nova jornada é extremamente difícil, requer mais que coragem e disciplina, é preciso ter disposição.
Estar disposto a fazer algo significa acreditar na própria capacidade de realizar, ter fé é agir com a certeza de que o esforço vale à pena. Mudar é confiar na capacidade de crescer pelo próprio potencial, ter esperança que o amanhã vai ser melhor e que mesmo sob grande sacrifício a jornada é vantajosa. Uma das questões mais importantes para mudar é perceber que muitas vezes temos que abrir mão de algo no presente para ganhar depois. O abandono do conforto material, a perda de um trabalho, o fim de uma amizade pode nos trazer crescimento pessoal e espiritual significativo.
Abandonar vícios e acomodações para tomar a rédeas do próprio destino é uma atitude renovadora, um comportamento típico de quem não resiste à mudança, é seguir o principio da vida, uma vez que a vida é uma transformação constante. Desenvolver a capacidade de renovar-se constantemente é ingressar no fluxo da vida, no caminho da felicidade. Percorrer os mesmos caminhos físicos e mentais é estagnar e deixar que os dias apenas passam. Isso é muito cansativo, monótono e até desagradável, na verdade é uma atitude que só serve para nos tornar chatos, reclamões e frustrados.
Aceitar a mudança e seguir seu fluxo é uma raridade, pois prevalece a falsa ilusão de que mudar é ruim, que o futuro vai ser pior. A crença que prevalece é a de preservar a conquista, ou seja, que a mudança vai proporcionar perdas, quando na realidade é a mudança que renova e garante maiores conquistas.
Mudar de endereço é algo chato, estressante, porém não se compara com a dificuldade em mudar as atitudes e comportamentos. Somos extremamente conservadores e medrosos diante da mudança, tememos perder e com isso deixamos de ganhar. O medo de perder um grão nos impede de colher uma espiga, isso nos priva de grandes aprendizados e, portanto, nos empurra a estagnação e o sofrimento. Mude e sinta vida fluir, reconheça a impossibilidade de evitar a mudança e usufrua os benefícios que ela nos proporciona constantemente.
Um dos segredos daqueles que não resistem à mudança é porque confiam no fluxo energético do universo. Esses escolhem surfar a felicidade, mesmo diante de ondas de frustração sabem que novas ondas de felicidade virão. Pessoas que não temem mudanças adentram o oceano da vida montadas nas pranchas da fé, porque sabem que as ondas se renovam. No entanto, nada disso tem valor se não formos sábios para identificar e manter-se na boa onda, sob pena de encalhar na praia.Boa semana.

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 12/10/2010
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