Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Textos
Vida mansa.
 
Sonhar com uma boa vida é algo inerente ao ser humano. Até os mais pessimistas, um dia, já sonharam com “la dolce vita”. Alguns pensam em encontrar a doce vida nas loterias ou acertar no jogo do bicho e ganhar um dinheirinho que dê pra comprar uma casinha e talvez um carro usado. Já outros sonham com uma mansão, iate, helicóptero e muitas viagens. Entretanto, percebe-se que a maior parte prefere a riqueza material à prosperidade pessoal. Ignoram o desenvolvimento da espiritualidade e a solidificação dos elevados valores humanos. Raramente as pessoas conseguem aliar as duas coisas ou então, indevidamente, atribuem a ausência de bens materiais à felicidade. Esse é um erro grave, uma vez que podemos ser felizes com prosperidade material. Quando se diz que a felicidade independe dos bens materiais, não se nega a riqueza e muito menos afirma que a felicidade não é compatível com prosperidade material. Esse é um pensamento de pobreza e conformismo que nos leva a um constante conflito interno.
O poder de desejar é um atributo divino, portanto, não há nada de errado em desejar a prosperidade material, a questão está em como agimos para satisfazer nossos desejos materiais, que valores ignoramos e quanto esforço estamos dispostos a fazer para alcançar o sonho material? Existem muitas pessoas inconformadas com a prosperidade pessoal dos outros, atribuem o sucesso alheio à sorte e insistem em não acreditar no esforço recompensado. É perfeitamente possível obter riqueza material e desenvolvimento espiritual sem prejudicar ninguém, apenas com o esforço pessoal, mas os acomodados duvidam disso.
Geralmente essas pessoas são incapazes de acreditar em si mesmas, nas suas qualidades e aptidões para superar-se diariamente e buscar seus sonhos com o próprio esforço e fé. São pessoas que, com seu pensamento enraizado na incompatibilidade entre o progresso material e a felicidade, sofrem desnecessariamente, pois quando se encorajam em obter algo material, sentem-se culpadas ou desistem pelo medo da infelicidade. Este conflito de querer o material, mas na conquista temer a infelicidade trás a acomodação, a depressão, a frustração e por fim a tão temida infelicidade. Por outro lado, os que buscam a vida mansa somente nos bens materiais, em pouco tempo, também, encontrarão a infelicidade. O segredo é aliar os desejos matérias com o progresso espiritual de forma que o avanço pessoal ocorra harmonicamente, sem violar nenhuma regra de consciência.
Contudo, o caminho para a vida mansa a que me refiro está no esforço pessoal. Dedicar-se um pouco mais ao trabalho, economizar evitando um supérfluo, ou simplesmente estudando e espiritualizando-se um pouco mais é algo que poucos conseguem fazer, pois qualquer esforço extra é considerado desgastante, improdutivo e injusto. Esquecem que é da soma das pequenas coisas que se constrói o todo, que a vida é regida por leis imutáveis das quais a lei do retorno é a mais implacável nesse momento.
Lamentar-se do insucesso sem ter empregado todos os esforços para obter o sucesso é frustra-se sem razão. Todo o esforço é recompensado, seja para a obtenção do desejo presente ou para facilitar o futuro. É incompreensível querer obter sucesso e prosperidade na base da sorte, do Deus me ajude, sem fazer qualquer ação para consegui-lo. Essa afirmativa parece óbvia, porém não é assim que a vemos muitas vezes no decorrer da vida. Em muitos momentos deixamos de nos esforçar, às vezes até mesmo por longos anos, sentimo-nos injustiçados ou incompreendidos, quando na verdade fomos dominados pela acomodação. Não percebemos que deixamos de acessar nossa força interior, nosso poder de transformar a realidade, de superar-se e avançar. Fazer este resgate é algo difícil que exige coragem e fé.
Motivar-se para esta transformação e resgatar a força interior é o primeiro e o maior trabalho a ser feito. Acreditar em si mesmo, no poder interior de buscar cada um de nossos desejos, observando os princípios do amor e fraternidade é a receita para obter uma doce vida. Procurar desculpas, ou atribuir a outros a falta de esforço pessoal é enganar-se e afundar cada vez mais no poço da infelicidade. Despertar para a necessidade de fazer algo mais para si mesmo é uma ação benéfica para toda a humanidade.
O legitimo desejo de levar uma vida melhor, longe das longas jornadas de trabalho, das privações materiais, dos conflitos interpessoais e internos é saudável e desejável, porém torna-se ilegítimo e infrutífero quando desacompanhado de esforço pessoal. Lamentar ou acomodar-se diante das dificuldades diárias nos distancia da felicidade, porém nada pode ser mais improdutivo que atribuir as frustrações a outrem. Não assumir a responsabilidade e atribuir aos desígnios divinos os insucessos é regredir no caminho evolutivo.
A boa vida é possível, sem conflito entre o espiritual e o material, porém exigem disciplina, esforço diário e fé, para que mesmo diante de eventuais insucessos avançar. Comece a trabalhar para si mesmo que a vida mansa baterá a sua porta em breve. Que o seu esforço seja suficiente para levá-lo a prosperidade. Boa semana.
Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 02/09/2010
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