Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
Capa Textos E-books Fotos Perfil Livros à Venda Contato Links
Textos
Dívidas e dificuldades financeiras.
 
Crises financeiras surgem com muita frequência, alternando raros momentos de estabilidade, todavia as pessoas sempre são surpreendidas e passam por sérios apertos financeiros. Aliás, mesmo em períodos de estabilidade ou crescimento econômico muitos estão sempre com problemas para pagar suas contas. Isso é uma situação comum para a maioria dos brasileiros que poderia até ser aceita como uma situação normal da vida. Mas, a normalidade financeira não é estar sempre devendo, é conseguir investindo e poupar para conquistas maiores.
Sempre que alguém me pergunta o que deve fazer para ajustar sua vida financeira, eu respondo em poucas palavras: – Gaste menos do que você ganha. Mas, imediatamente surge um breve silêncio seguido de um “mas isso não é fácil”. É claro que não é fácil, pois exige disciplina e principalmente coragem para adequar o padrão de vida a própria realidade e da realidade econômica.
As tentações para o consumo são inúmeras, alicerçadas em sugestivas e agressivas campanhas de marketing, que conseguem transformar o supérfluo em indispensável. Além do mais, as atividades da vida moderna são muito mais voltadas ao consumo do que eram antigamente. Por isso, procure ser criativo para encontrar alternativas mais econômicas e saudáveis.
Independente da modernidade da vida atual ou de toda a evolução social e econômica, a regra vigente desde sempre continua a mesma: Despesas maiores que a receita resulta em dívida. Então, é preciso encontrar alternativas que nos afastem dos gastos excessivos. O que difere uma pessoa da outra no mundo financeiro é a sua capacidade de poupar e investir adequadamente seu dinheiro. Mas, isso só pode ser obtido com planejamento, de modo a garantir que as despesas não ultrapassem as receitas.
O problema torna-se grave quando o fluxo de receita já não consegue encontrar alternativas para cobrir as despesas nos levando a desagradáveis situações, como a desagregação familiar ou a depressão. O melhor a fazer é começar imediatamente a reestruturar o fluxo de caixa, avaliar as possibilidades de aumentar as receitas. Porém, neste aspecto as opções são sempre escassas, pois arranjar outro trabalho depende de um empregador, vender ou produzir mais ou caso seja um autônomo, empresário não depende somente da própria vontade. Também tem a alternativa de se desfazer de parte do patrimônio, mas são sempre opções menos vantajosas do que cortar gastos.
Diminuir as despesas adequando-as a receita é a forma correta de administrar as dívidas. A primeira coisa a fazer é mapear todos os gastos, levantar todas as dívidas e cortar tudo o que não couber no orçamento. Para os novos gastos utilize somente dinheiro e pague tudo a vista, para as dividas vigentes estabeleça um rígido programa de pagamento, renegocie as possíveis e priorize o pagamento das que tiverem juros maiores. Por fim, faça um plano de ação para adequar as receitas com as despesas o mais depressa possível, fazendo com que toda a família se comprometa com o estabelecido.
Nesta situação, o mais difícil é abandonar o antigo status, deixar velhos hábitos ou talvez vícios, mas para amenizar este impacto procure produtos ou serviços substitutos, isto é, similares, como trocar o filé pela alcatra, a picanha pelo frango ou a fruta preferida pela fruta da estação. A felicidade não está em possuir dinheiro, o máximo que nos pode proporcionar são algumas facilidades se soubermos utilizá-lo. Comprar coisas materiais, especialmente quando adquiridas sem condições para pagá-las é uma falsa felicidade. Bens adquiridos nesta situação tornam-se um problema maior e mais infeliz que não possuí-los.
O que não podemos deixar de pensar quando queremos evitar apertos financeiros é a questão da poupança e do investimento. É preciso encontrar espaço no orçamento para a poupança. O desejável é possuir uma reserva mínima suficiente para manter-se por seis meses. Poupança, em economia, é a parte da receita que não vai para o consumo, isto é, que fica guardada. A forma de guardá-la depende do perfil do investidor, que pode variar da tradicional caderneta de poupança que proporciona baixo risco e alta liquidês ou aplicações em renda variável como ações, passando por imóveis, fundos de investimentos entre outros.
O importante é guardar algo para as eventualidades, observando para que a aplicação obtenha remuneração acima da inflação, mas lembre-se que para formar um capital inicial é preciso persistência e tempo. O ideal é formular um planejamento financeiro que possa em um determinado tempo, gerar recursos suficientes para manter-se sem a necessidade de trabalhar até o fim da vida. Tarefa difícil, mas possível se nos mantivermos motivados, persistentes, disciplinados e, sobretudo, se adequarmos o padrão de vida a realidade orçamentária. Poupe o máximo possível, mas não seja sovina jamais, pois equilíbrio financeiro está associado ao equilíbrio emocional. Boa semana.

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 26/05/2010
Comentários
Capa Textos E-books Fotos Perfil Livros à Venda Contato Links