Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Textos
Caminhos para o autoequilibrio. 
 
Conseguir frear o impulso em responder algumas verdades a quem parece estar brincando com a nossa inteligência, engolir mais um sapo daquele chefe ou vizinho desaforado, e tantas outras situações que os bons modos ou a necessidade de manter o emprego ou a boa vizinhança, nos empurram a frear este instinto natural. Claro que é esta capacidade de frear as reações espontâneas que nos diferencia dos animais, porém isso também nos leva a repressão, ao acumulo de insatisfações que podem acabar na depressão.
Manter a elegância na hora de ouvir um insulto parece algo superior, um exemplo de boa educação e autocontrole, todavia se não for uma atitude consciente, isto será apenas uma ação para manter a compostura que pode tornar-se um grande problema mais adiante. Sufocar um sentimento é tão danoso quanto externá-lo e arranjar uma grande confusão na hora. A regra geral é ser educado, tolerante, mas agir sempre assim é missão para alguns cidadãos mais iluminados, já para nós, pessoas comuns, é praticamente impossível nos manter-nos equilibrados o tempo todo. A alternativa é desenvolver um apurado sistema de escolha capaz de avaliar o desgaste imediato ou então, engolir o sapo.
Entendo que existem muitas maneiras de se enfrentar as situações de conflitos, e que as convenções sociais e a tolerância devem ser o caminho, mas estou me referindo àquelas situações em que o instinto de reação é mais forte, nas quais o mais elástico dos limites e a razão são ultrapassados. Nessa hora a educação e a civilidade se perdem no impulso da emoção, e acabamos fazendo uma escolha.Uma escolha queocorre um tanto inconsciente devido ao impulso emocional que se antecipa à razão, o que no final das contas reflete nosso estado interior. Portanto, nossas reações emocionais serão melhores ou piores dependendo do equilíbrio emocional que nos encontramos. Trabalhar o equilíbrio emocional é um processo vantajoso em todos os aspectos e, neste caso, torna-se alimentador do tipo de reação, uma vez repetidas atitudes tornam-se vícios que por sua vez fortalecem o desequilíbrio.
Nestas situações de pequenas alterações emocionais, o importante é não ficarmos mentalmente presos aos fatos, por isso e neste aspecto a criatividade é importante. Encontrar alternativas para fugir daquele estado emocional é fundamental para uma vida mais saudável. Uma caminhada, uma conversa descontraída com um amigo, uma atividade prazerosa, ou simplesmente um banho relaxante podem nos mover do estresse e nos colocar em um nível energético mais elevado e feliz.
Essa conversa me fez lembrar as sábias palavras de dona Edite, setenta e cinco anos de idade que, um dia desses, caminhando com seu poodle pela praça, me contou que aquela era uma atividade prazerosa, mas, sobretudo, era uma boa forma para fugir do estresse, além de ser um dos segredos do seu casamento que já durava mais de cinqüenta e quatro anos. Ela desenvolveu, através do passeio com o animalzinho, um antídoto para aliviar o estresse das frequentes discussões com o marido. Encontrar as próprias formas de se manter emocionalmente saudável é importante para os relacionamentos, pois relacionamentos saudáveis fortalecem o equilíbrio emocional que consequentemente influencia nas atitudes diárias.
Identificar as situações que nos aborrecem e evitá-las é evidentemente a melhor forma de manter-se equilibrado e harmonizado, porém, quando isso não é possível temos que ser hábeis e perspicazes para buscar alternativas que compensem estes desgastes e nos recoloquem no equilíbrio. O próprio trabalho pode se tornar mais agradável pelo fato de mudarmos a decoração, a posição de um móvel ou uma música ambiental. Lembro que quando trabalhava na monocultura do milho, um ano reservei toda a beira da estrada para plantar girassóis, cuja utilidade econômica era nula, mas muito importante para a motivação e alegria de todos que trabalhavam comigo. Para todas as situações podemos encontrar alternativas que nos ajudem a manter o equilíbrio emocional, pois as más rotinas e os vícios se instalam facilmente enquanto as atitudes saudáveis requerem esforço e disposição, porém uma vez instaladas tornam-se uns grandes aliados para o crescimento da felicidade.
Encontrar a forma adequada de reagir nas situações de estresse é um processo de longo prazo, que deve ser priorizado sob pena de passarmos a vida em constante conflito ou frustração. Reagir de forma espontânea é saudável, tanto quanto aprender a frear o instinto selvagem é um desafio para o nosso crescimento como seres humanos em evolução. O conflito entre o instinto de reação animal e a civilidade é uma batalha que nos faz crescer e deve ser encarada como um obstáculo que progressivamente será vencido. Não existe razão ara desanimar diante de uma reação infeliz, da mesma forma que não é inteligente conformar-se e permanecer na ignorância da repetição inadequada. Nesta situação é preciso lembrar do autoperdão e da melhoria continua, uma vez que o caminho do crescimento humano é longo. Ação e reação refletem em conseqüências que por sua vez requerem nova ação, o que nos permite a qualquer momento recomeçar e a partir de um novo agir chegar a um final mais feliz. Boa semana

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 20/05/2010
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