Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Às vezes, surgem perguntas tão surpreendentes que fica difícil saber se é um questionamento verdadeiro ou uma pegadinha. Quando alguém pergunta se existe Sete de Setembro em Portugal, não nos resta dúvida de que se trata de uma brincadeira, porém outras são tão profundas que imaginamos seguirem esta mesma linha, mas não são, como quando nos perguntam: Qual é a arte de viver em paz? Como ter uma vida feliz?
Pois bem, caros leitores! Essas questões que nos inquietam e inquietaram até mesmo os mais famosos filósofos foram enviadas ao meu e-mail. Quando as li imediatamente pensei tratar-se de uma brincadeira, mas as linhas seguintes, explicavam como era atribulada à vida do jovem remetente e sua busca desesperada por respostas. Obviamente que responder estes questionamentos amplos foge da minha capacidade, porém, sensibilizado com suas buscas, procurei confortá-lo e orientá-lo a procurar ajuda profissional.
O curioso é que apesar da certeza de ter enviado a resposta mais adequada possível, fiquei com aqueles questionamentos presos na minha mente. O que mais me intrigava era como esse tipo de questão tornou-se freqüente entre as pessoas de todas as idades e por que elas não encontram a ajuda adequada. Não estou me referindo a ajuda profissional tradicional, como a psiquiatria, psicológica e outras tantas áreas da ciência humana que estão a cada dia tecnicamente mais evoluídas, mas sim, das questões mais espirituais. Refiro-me àquelas questões que tradicionalmente eram respondidas pelos padres, e justamente esse parecia ser o cerne da questão que atormentava o remetente daquele e-mail, que tanto me intrigava.
Tenho a impressão que, apesar das novas e inúmeras doutrinas e orientadores espirituais as pessoas estão cada dia mais confusas quanto a sua espiritualidade, ao mesmo tempo sentem a necessidade de voltarem-se mais a esta questão. No entanto, as opções são tantas que fica difícil escolher qual caminho seguir. As mais tradicionais muitas vezes não conseguem responder questões atuais e as mais modernas não inspiram a confiança desejada.
Nesse universo sobra espaço para todo o tipo de crença, desde as midiáticas até as mais secretas, todas engrossam seu quadro de seguidores. O principal critério para a escolha é o tipo de doutrina, mas é exatamente este aspecto que torna a escolha difícil, pois todas se fundamentam no “caminho do bem”. Certamente as religiões continuaram tendo um papel importante na vida do homem, porém, por mais que se esforcem não conseguem preencher totalmente as necessidades espirituais da humanidade. Não se trata somente de fé, mas também da chegada de novos tempos, onde a individualidade tende a ganhar espaço e assim transformar a sociedade. Mas, essa é uma discussão tão polêmica quanto ampla, que me limito a lançá-la no ar, devido à absoluta impossibilidade de chegar à profundidade que o assunto merece.
No campo da busca do crescimento espiritual, por mais ampla e liberal que possa ser a discussão, sempre surgem pontos conflitantes. As razões são as mais variadas e isto por si só nos fornece uma pista importante: o processo é solitário, único e individual. A direção é a que nos leva a Deus, a iluminação ou como cada um preferir entender, porém a escolha do caminho é pessoal. Outro ponto importante é observar se a direção que nos propomos a seguir nos faz sentir felizes, pois na direção certa, por mais difícil que seja a caminhada, a cada passo estaremos mais próximos de casa e, portanto nos sentiremos felizes, porém quando caminhamos na direção contrária, podemos até encontrar atalhos ou caminhos melhor pavimentados, aparentemente mais fáceis e bonitos, mas logo adiante surgiram escuros túneis onde mora a tristeza e a dor.
Estou compartilhando alguns pensamentos que me ocorrem neste momento, em que vejo muitos jovens e adultos voltarem-se à espiritualidade, não somente como algo inerente à vida formal em sociedade, vinculando-se a determinada religião ou crença, mas ampliando esse conceito e buscando entender de forma mais ampla sua existência e seu papel no universo. Não se trata apenas de fugir do materialismo e negar seus benefícios ou culpar a consumismo e o acumulo de capital, mas de encontrar um caminho que permita a realização do ser humano como um todo, valorizando o lado espiritual como sendo a única alternativa de alcançar a felicidade.
Desde criança somos “direcionados” a seguir um caminho para o crescimento espiritual, preferencialmente sem fazer questionamentos embaraçosos, mas que em determinada fase da vida são colocados em cheque, seja por prova ou por contrariarem o nosso verdadeiro caminho. Portanto, sempre haverá espaço para questionamentos aos que querem ampliar sua consciência, conscientes de que são seres em evolução a caminho da casa do Pai. Apesar de questionamentos como estes que recebi por e-mail serem de difícil resposta, não são pegadinhas de Deus para com os homens, uma vez que Ele nos dotou das respostas em nosso íntimo, basta um olhar mais profundo para encontrá-las. Boa semana.
Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 24/06/2009
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