Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Posicionamentos isentos, porém ativos. 

 
Diariamente, acompanhamos pelos noticiários, fatos que colocam em dúvida o progresso e até mesmo a sobrevivência da espécie humana, atribuídos em grande parte ao sistema econômico ou ao desempenho da economia, que é fator determinante do bem estar e sobrevivência das famílias. Assim, impotentes diante dos movimentos econômicos, tememos pelas finanças pessoais, e procuramos desesperadamente minimizar seus efeitos. Sejam quais forem às atitudes que adotarmos, estas, apenas nos permitem permanecer vivos, como que flutuando no gigantesco oceano que envolve o sistema econômico mundial. Nos sentimos confortáveis por alguns momentos, quando conseguimos saldar as contas, mas logo precisamos voltar a nos preocupar para garantir o próximo pagamento e ganhar mais alguns momentos de conforto. Além de estressante e até desumano esse circulo vicioso só serve para alimentar e fortalecer ainda mais o sistema econômico atual. Digo isso sem condenar o sistema capitalista ou defender o falido sistema socialista, mas sim, para demonstrar a necessidades de pensarmos em alternativas.
Dito isso, preciso também externar a minha repulsa ao radicalismo que sempre nos coloca como defensores de um ou de outro sistema econômico. Este radicalismo de posições que sempre tenta nos empurrar para um dos lados é extremamente nocivo para a busca de novas alternativas. São esses posicionamentos, fundamentados em um radicalismo ultrapassado que ainda permeia o pensamento da sociedade atual, que encontra na política o seu maior propagador, um dos grandes entraves para buscar uma alternativa melhor. Precisamos urgentemente acabar com o discurso de que determinado posicionamento é melhor que o outro, bem como estar conscientes que permanecer no centro esperando que algo aconteça, não é contribuir para a solução. Aliás, é a posição mais covarde, pois pretende dar a ideia de sensata, mas não apresenta alternativas, apenas espera a definição do sistema para juntar-se a ele. Essa é a postura da grande maioria das pessoas, pois permite condenar os que estão nos extremos, apenas apontando as falhas. Essa é a típica posição adotada por pessoas acomodadas e volúveis, que no final só servem para fortalecer o lado vencedor, pois assim que o identificam, aderem em massa.
O que realmente precisamos, é acabar com todas essas posturas, tanto dos extremos radicais quanto o centro inerte; deixar o orgulho e as vantagens pessoais de lado e procurar alternativas que possibilitem a construção de um novo sistema, um sistema, isento, livre e justo, no qual toda a humanidade possa usufruir maior prosperidade.
Construir um novo caminho para o destino na humanidade urge, pois os que nos trouxeram até aqui se esgotaram, precisam ser abandonados e lembrados somente como instrumentos que permitiram certos aprendizados. Não se trata de um sonho, é uma realidade que bate a nossa porta e não esta tendo a atenção devida, embora se apresente de forma cada vez mais forte e visível até mesmo para os olhares mais estreitos.
A mudança para esse novo tempo é inevitável, não há como fugir da realidade da mudança, uma vez que ela faz parte da vida. Então, não podemos mais esperar que outros façam; devemos assumir um papel mais ativo para que um novo sistema surja e se fortaleça. Existem vários ensaios promissores, porém muitos ainda contaminados, mesmo que inconscientemente por mentes impregnadas pelo velho extremismo. Já o novo, requer mentes abertas, colaborativas, capazes de construir sobre as ideias alheias, num trabalho de sinergia capaz de criar as alternativas corretas para o bem estar de todos.
Uma das questões relevantes reside na passagem do sistema atual para o novo, pois deve ocorrer com o mínimo de impacto possível, mas a transição é inevitável. Assim, torna-se compreensível que muitos trilhões de dólares sejam injetados no sistema financeiro e econômico mundial, a fim de reaquecer a economia. No entanto, é evidente que isso é apenas de uma tentativa de restabelecer o sistema atual. Esse, assim como outros que ficaram para trás, trouxeram avanços, porém não conseguiram proporcionar benefícios justos e harmônicos para a humanidade como um todo. Portanto, é necessário que se empregue esforços, para criar uma nova alternativa para a humanidade sem radicalismo, apegos ou paixões. Basta estarmos conscientes de que tudo tem seu tempo e lugar e que é preciso mudar, avançando sempre.
Sei que é difícil encontrar uma solução melhor ou mais adequada a tudo o que nos cerca, porém é certo que se conformar ou apenas reagir para sobreviver não é suficiente para efetivar a mudança. O que fazer, é uma pergunta que devemos ter em mente para que, embora ainda não possamos abandonar definitivamente as nossas atitudes de reação que apenas nos permitem sobreviver, possamos agregar atitudes de ação verdadeira, mesmo que ainda sejam, sementes em terreno duvidoso. Boa semana.

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 14/05/2009
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