Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Força Feminina.
 

Algumas datas são um convite à reflexão, entre elas estão o natal, a páscoa e o dia da mulher. Para os machistas de plantão, peço que não abandonem a leitura, prometo que não direi nada que comprometa sua virilidade, embora o objetivo seja sensibilizá-lo, ao menos um pouco.
O moderno homem ocidental perdeu no decorrer da sua jornada o feminino, isto pode não ser explícito para a maioria da população, mas é uma verdade entre os estudiosos. Quando digo feminino, não estou querendo dizer, própria de mulher. Refiro-me a qualidades interiores, que são comuns aos homens e mulheres, mas que o homem não as cultiva.
O homem ao longo do tempo voltou-se a construir impérios na base da lança e da espada, esquecendo das qualidades femininas que são fundamentais para trazer significado à vida. Ficaram para trás a qualidade do relacionamento com outros seres humanos, a suavidade do amor, a consciência dos valores internos, o respeito pela natureza e principalmente à procura introspectiva do seu verdadeiro eu interior. Essas qualidades e sentimentos atribuídos às mulheres precisam ser resgatados. Existe um crescente despertar para essa necessidade, diante dos acontecimentos do mundo atual, porém faz-se necessário apressar esse processo, a fim de que a humanidade possa acelerar sua evolução. Mas para que isso ocorra, precisamos antes fazer um mergulho interno e buscar as suas melhores qualidades internas.
O ser humano possui duas grandes polaridades dentro de si: o feminino e o masculino, que na filosofia chinesa são os princípios de dualidade, yin e yang, representados como o tigre e o dragão. Na verdade, habitam no nosso interior, além da energia feminina e masculina, uma infinidade de forças divergentes. A soma de todas as nossas forças divergentes nos torna únicos, é o que o psiquiatra suíço Jung chamou de self. Essa junção de partes conflitantes é o que nos dá a individualidade. Portanto, ao suprimirmos determinados sentimentos, seja por preconceito, medo ou desconhecimento, nos diminuímos como pessoa.
Ao desperdiçamos as oportunidades que a vida nos dá, de nos conhecermos integralmente, com o tempo sentimo-nos como uma massa caótica cheia de desejos conflitantes, de valores, possibilidades e ideias que puxam simultaneamente em todas as direções. Cheios de conflitos e agarrados a velhos paradigmas não crescemos individualmente, nem socialmente e consequentemente como raça humana. Os que buscam a iluminação sabem que as forças femininas precisam ser cultivadas tanto quanto as consideradas masculinas. Assim, homens e mulheres podem avançar na sua caminhada evolutiva com maior facilidade, de forma equilibrada e feliz.
As mulheres, ao lutarem por direitos iguais, além de resgatarem seu devido espaço, estão criando condições para expressarem e fortalecerem suas forças masculinas. Assumem com orgulho e com muita propriedade tarefas e todos os tipos de papéis, antes considerados eminentemente masculinos. Os homens, na sua grande maioria, cometem um grande equívoco ao se sentirem diminuídos quando têm que assumir papéis femininos. Felizmente alguns pioneiros despontam, mas ainda sofrem muito preconceito, assim como foi com as primeiras mulheres ao assumirem “atividades masculinas”.
A humanidade precisa da força suave da mulher, ela tem papel fundamental para o equilíbrio e paz mundial. Quando o homem suavizar suas atitudes e perceber que as forças consideradas femininas são parte indissolúvel de seu ser, se tornará um indivíduo mais completo, mais iluminado. O trabalho de iluminação consiste em harmonizar todos os conflitos internos, como desejos, valores, possibilidades e ideias que nos puxam simultaneamente em várias direções. A iluminação nada mais é que tornar consciente todas essas partes divididas e conflitantes dentro de nós. Desenvolver as forças atribuídas às mulheres é uma forma de fortalecer e completar a masculinidade do homem, pois se torna completo como ser humano.
Não basta recolher o valor da mulher no seu dia é preciso incorporar seus valores, sentimentos e atitudes. Um beijo, um abraço ou um presente é uma forma de marcar e reconhecer o seu valor, mas ainda é através das atitudes do dia a dia que verdadeiramente demonstramos o quanto significam para nossas vidas.
Portanto, dedicar um dia à mulher é apenas uma migalha do que lhe é devido, uma vez que se o homem hoje tem orgulho de seus feitos heroicos, deve muito a mulher, pois é primeiramente fruto de seu ventre. Sem as qualidades consideradas femininas a vida não teria o mesmo significado. A mais importante de todas é sua capacidade de manifestar amor, que é a maior de todas as forças, a mais bonita e transformadora que existe. Isso, por si só, é suficiente para que sejam respeitadas e admiradas. Pense nisso. Boa semana.



Outro texto dedicados ao dia da mulher: Pão e Rosas

Poesia: Mulher

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 05/03/2009
Alterado em 08/03/2023
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