Liberdade de escolha
Uma das coisas que mais aprecio é a liberdade, embora não possamos desfrutá-la em absoluto, pois devemos respeitar os direitos dos outros. Viver em sociedade exige cumprir determinadas regras sociais e morais. No entanto, a simples liberdade de ouvir o rádio no carro, enquanto a enorme fila de carros se arrasta pelas avenidas, especialmente nas cidades maiores, onde o trânsito sempre é um problema, vem se tornando um direito difícil de se usufruir.
Um exemplo típico era o que ocorria na maioria das campanhas eleitorais, em que havia um exagero de propaganda e o mínimo de conteúdo. Nada contra a livre expressão, apenas me sentia no direito exigir uma cidade limpa e livre da poluição visual. Afinal, a cidade ficava cheia de cartazes com a estampa de um cidadão e um número, mas vazia de propostas e currículos dos candidatos. Tudo isso me incomodava, pois apesar de estar diante de um universo tão amplo, não podia conhecer as propostas dos candidatos que, no caso, seria o fator principal para que eu pudesse decidir em quem votar. Além do mais, toda a despesa para recolher aquela sujeira toda era paga com o dinheiro dos impostos que poderia ser destinado a uma atividade mais nobre, sem contar com os danos ambientais que esse lixou causa.
Ao tomar conhecimento das novas regras para a campanha eleitoral deste ano, imaginei que desta vez estaria longe daquela tradicional poluição visual e dos intermináveis showmícios que tanto me incomodavam. Isso vinha se confirmando até pouco tempo, quando as disputas começaram ficar mais acirradas. As regras mudaram, mas as informações importantes, como as propostas que são fundamentais para escolher os candidatos continuam escassas. Salvam-se alguns candidatos a prefeito, até por serem a minoria, conseguem especificar melhor às suas intenções. Já para vereador é praticamente impossível conhecer suas propostas, diante de tantos candidatos. É claro que isso não ocorre nas cidades menores, onde é possível conhecer melhor cada candidato, suas idéias, planos, currículos e principalmente seu comprometimento com a coletividade, com o bem estar social.
O dia de votação está se aproximando e muita gente continua com dúvidas para votar, felizmente já tenho candidato definido e vou depositar meu voto com a esperança que sua proposta seja vencedora e possa ajudar a tornar melhor a vida de todos os municípios. Para aqueles que ainda não escolheram, sugiro que avaliem bem as propostas e o currículo de trabalho de cada um e optem pelo melhor.
É fundamental utilizar nossos princípios para selecionar o candidato e poder votar com convicção de ter escolhido o melhor. Como já falei, aprecio a liberdade e gosto de ouvir o rádio no carro, portanto eu não voto em candidato que em pleno congestionamento anda com o carro de som a todo o volume, obrigando-me a ouvir sua propaganda. Também não posso votar em candidato que tem simpatizantes, militantes ou cabos eleitorais que não respeitam regras no trânsito, pois se ele convive ou precisa destas pessoas, pode ou já esta contaminado com este tipo de atitude. Esses são critérios banais e pessoais, mas que podem mostrar o comprometimento de um candidato. De qualquer forma, precisamos respeitar à liberdade de escolha, porque o voto é livre. Não importa os critérios de seleção, o importante mesmo, é votar com consciência e liberdade.
A liberdade de escolha é o que temos de mais precioso, não devemos abrir mão deste direito, jamais. Deixar de votar é a primeira opção de muitos eleitores, diante de freqüentes decepções com alguns políticos, mas essa atitude não contribui em nada para a melhoria do sistema. Abdicar da escolha é excluir-se de decidir o próprio destino e da cidade. Admiro os estão fora do domicilio eleitoral e, por livre vontade, se deslocam para votar. Estes certamente têm consciência da importância que tem no processo de escolha. Obviamente que muitos outros, embora conscientes, não podem se deslocar para votar, e então, obrigados a comparecer a uma zona eleitoral e justificarem-se. Espero que nas próximas eleições, os que estão fora de domicílio, mas dentro do estado, também possam votar, para governador, deputados e presidente, e os que estiverem fora do seu estado de origem possam ao menos votar, para presidente, afinal, o sistema é eletrônico e o eleitor tem que obrigatoriamente dirigir-se a uma zona para justificar-se, então porque não votar? Esta aí uma sugestão para a justiça eleitoral avaliar, isso certamente reduziria o número de abstenções, sem precisar gastar com tantas campanhas para estimular o comparecimento às urnas.
Para aqueles que a uma semana da eleição ainda não tem seu candidato definido, espero que estas palavras os despertem para a importância de fazer o melhor. Ainda há tempo para uma análise criteriosa, pois votar é um processo de escolha que envolve o próprio futuro. Deixar de votar é entregar a outros o poder de decidir o que queremos para a nossa vida amanhã. A melhor escolha é aquela feita com consciência e liberdade visando o bom estar comum, mas jamais abdique de escolher. Não esqueça que o futuro passa pelas escolhas do presente. Faça uso da liberdade de escolha e vote consciente. Boa semana.