Lições por vias estranhas.
Existem assuntos que são polêmicos até mesmo para serem tratados com as pessoas mais próximas, como a preferência política partidária, religião ou do time de futebol. Pois bem, esta semana me envolvi numa discussão pra lá de polêmica, embora seja um dos assuntos que mais respeito.
Tudo aconteceu no interior de um carro enquanto viajava com um colega de trabalho. Este colega é um profissional respeitado e costuma surpreender-nos com atitudes que enaltecem o gênero humano. É um indivíduo extremamente capacitado e que raramente me atrevo a contrariá-lo, por ele ser um especialista com larga experiência e altamente qualificado para as atividades que exerce. Contudo, minha admiração está na ampla compreensão que possui da vida humana e por me ensinar muito com seus ensinamentos, especialmente pelos exemplos.
Apesar de todo o respeito e consideração que tenho pelas crenças alheias, acabei discordando veementemente em diversos pontos quanto à existência de vida fora do planeta terra. Tudo por causa da possível presença de água em marte. Sei que não existem evidências seguras que possa haver vida fora do nosso planeta, mas também não sou maluco de acreditar que num universo tão grande, nós sejamos os únicos seres vivos inteligentes. Especialmente numa época em que as descobertas científicas nos trazem inúmeros novos planetas e galáxias.
Acredito que possam existir seres com uma vibração mais elevada, que deixaram de habitar este nosso planeta de matéria pesada e que possam estar vivendo em outras moradas do Pai, mas ainda não tenho convicção que realmente exista algo mais. Meu companheiro de viajem afirmou com convicção a existência de seres extraterrestres, naves espaciais e tudo mais, exatamente como nos filmes de Hollywood. E foi além, dizendo que eles iriam resgatar a humanidade na chegada do juízo final.
Até aqui era apenas uma conversa sobre crenças pessoais sem grande importância, mas comecei a ouvi-lo com seriedade, quando percebi a eloqüência com que abordava o assunto. Calei-me diante de um monólogo de quase duas horas. Eu raramente o interrompia, perplexo com a coerência de boa parte das explicações. A teoria dele é mais ou menos a seguinte:
- Que os seres humanos devem aprender que estamos diante de um processo de transição planetária, no qual, é preciso transformar o medo em fé, coragem em amor, pois só assim será possível atravessar para outra fase. Estamos entrando num novo ciclo de vida na terra onde haverá um aumento da freqüência vibracional do planeta. Neste processo nossos irmãos mais velhos – extraterrestres - estarão aqui para ajudar. Seriam resgatados ou colocados em local seguro, todos aqueles que vibrarem de uma forma compatível com a nova dimensão, ou seja, que possuírem padrão vibracional alto, uma consciência Crística - um ser crístico é aquele que já alcançou o sentimento do amor incondicional - é aquele que sente compaixão, que sabe que o seu verdadeiro valor está no espírito e não em ser humano, independente de sua religião, seita, fanatismo ou crença qualquer. Este processo todo não seria uma punição, apenas uma separação de almas ou espíritos com níveis evolutivos diferentes.
- Não haveria razão para temores. Seria apenas uma separação de vibrações.Um processo para que as pessoas pudessem ter a oportunidade de não desperdiçar o tempo em coisas puramente materiais. Compreender a transição é algo que a pessoa deve ter dentro de si, precisa ser sentido para ser compreendido, só entender não basta, porque pode levar a diversos erros: fugir a responsabilidade alienar-se do mundo e da realidade em que vive; negligenciar a sonhos que teriam o poder de mudar a vida em sua volta; não esperar acontecer algo externo para mudar o interno. Grande parte da humanidade nasce, vive e morre, pensando que a vida é só comer, estudar, trabalhar, comprar coisas, usufruir coisas, morrer e tudo acaba ou no máximo reencarnar. O homem precisa entender que é um ser divino que esta aqui trabalhando para a sua evolução. Que precisa trabalhar de maneira ativa para cumprir sua missão e melhorar o mundo, fazer algo que justifique sua existência aqui na terra. Ele, por si só, é suficientemente capaz de fazer uma grande transformação, mas ficará mais bonito mais venturoso se estivermos fazendo o trabalho em conjunto, e que nunca percamos a esperança em Deus ou na luz que nos carrega nessas situações – e por aí vai, só sei que o discurso do colega foi longo.
No restante da viagem, fiquei refletindo sobre aquelas palavras que me tocaram de forma especial, pois vieram de uma pessoa que admiro e respeito. Obviamente que me detive nas questões que considero importantes, para quem quer da vida algo mais que nascer, viver e morrer, ou seja, na separação por níveis de vibração e na responsabilidade que temos em conduzir nossas vidas para o próprio crescimento. A importância de elevar nossa consciência, para um dia a dimensão Crística. Questões, que apesar de terem surgido numa conversa, um tanto estranha, merecem toda a atenção de todos os que não quiserem desperdiçar esta vida, para dar mais um passo evolutivo. Boa semana.