Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Acredite no amanhã

 

Depois de passarem o domingo festejando, alguns pais se deram conta do quanto são amados, queridos, importantes, além de suas funções diárias, responsabilidades, mas certamente alguns também perceberam que estão ficando mais velhos. Espero que só em número de anos, mas que pessoalmente se sintam jovens há mais tempo que os jovens atuais. Essa questão de percepção de si mesmo, especialmente quanto à idade é algo muito pessoal, porque anualmente só fica mais velho quem se sente mais velho, aliás, esse é um tema que sempre gera discussão.

No almoço desta segunda feira, eu e alguns pais estávamos debatendo sobre este assunto e, dois dos mais experientes começaram uma espécie de sessão nostalgia, falando dos bons tempos quando ainda jovens. De alguma forma, sempre temos saudade de alguns momentos ou períodos vividos, mas a partir disso, afirmar que o passado era melhor que o presente é simplificar demais a própria vida.

As modificações sociais, tecnológicas e até mesmo culturais, estão ocorrendo de forma muito mais rápida há algumas décadas. Apesar de certos “avanços” importantes em várias áreas, alguns representarem retrocesso como, por exemplo, as questões relacionadas ao desenvolvimento industrial e a poluição, mas é evidente que as condições de vida estão melhores a cada dia. Podemos ter problemas de concentração de renda, e muitos outros aspectos econômicos, mas os avanços obtidos em todas as áreas são inegáveis.

 Hoje, são intoleráveis muitas questões como, a descriminação por cor, religião e tantas outras formas de preconceito. Felizmente, direitos individuais foram sendo conquistados, e novos padrões foram aceitos e incorporadas na sociedade, elevando os conceitos morais da humanidade como um todo. No entanto, não existe razão para pensar que estamos caminhando para o paraíso, muito menos supor que os nossos problemas ambientais, morais e econômicos não são de nossa responsabilidade e que, preocupar-se com isso, é perder tempo nos negócios, enfim, porta-se como uma pessoa imune a esses problemas. Parece incrível, mas tem muita gente acreditando que não precisa fazer nada para a preservação do planeta, orgulham-se em dizer “enquanto eu viver não vai faltar” ou ainda, que esse assunto “é coisa para essas ONGS”, quando na realidade tem e muita responsabilidade.

Por outro lado, cientificamente estamos avançado a passos largos em todas as áreas da natureza humana. Hoje, as possibilidades de manutenção da vida são infinitamente maiores que há 50 anos. As crianças já desenvolveram uma consciência de seu papel neste mundo muito superior as das gerações passadas, especialmente quanto à preservação ambiental e os reflexos na própria vida e nas relações humanas. No Brasil, direitos e garantias fundamentais foram consagrados pela Constituição Federal de 1988. Embora, nem sempre respeitados vem sendo debatidos e fiscalizados pela sociedade, tornando as instituições mais fortes e independentes. Aos poucos esses direitos estão sendo internalizados na população como valores perenes, ampliando a cidadania de todos os brasileiros.

Da percepção individual forma-se a coletiva, que por sua vez, nos direciona a determinados caminhos. Pensar que estamos caminhando para o paraíso é ilusão, mas ver um inferno no futuro é não acreditar na vida. Quem acredita nas suas capacidades, sabe que é possível mudar esta realidade sem exageros ou radicalismo. Em nosso meio, a cada dia são retiradas ou desmascaradas as pessoas perniciosas, que são gradativamente substituídas por outras com valores mais elevados. È claro que ainda são muitas, especialmente agora que conseguimos identificá-las mais facilmente, mas na verdade, elas sempre minaram as estruturas da civilização humana. Portanto, não sejamos pessimistas em pensar que tudo esta piorando, apenas estamos passando por um processo de melhoria do qual, antigos padrões estão sendo substituídos por outros mais elevados, condizentes com uma nova sociedade.

Eventualmente ocorrem erros, e ajustes se fazem necessários, mas nem por isso podemos desacreditar num futuro melhor, por pior que seja o cenário. Não se trata de simplesmente não querer ver a realidade, mas de acreditar que podemos transformá-la e agir, para tornar o amanhã melhor. Sentir saudades do passado é natural, mas deve servir apenas para motivar, pois é a prova que bons momentos foram vividos e, portanto, possíveis de repetição, embora em outro tempo e espaço. Quando acreditamos na vida, não percebemos que o tempo passa. Geralmente só nos damos conta quando uma determinada criança que conhecemos nos primeiros passos já esta se formando ou trabalhando. A idade física pode nos impossibilitar algumas atividades, mas não deve ser motivo para justificar nosso conformismo mental. È cada vez maior a quantidade de idosos de espírito jovem mostrando que a vida sempre vale a pena, que acreditar no amanhã é o segredo para viver mais e melhor.

Precisamos ajustar a nossa percepção em relação a nós mesmos e a tudo que ocorre ao nosso redor sem exageros, independente do que concluirmos é fundamental acreditar e trabalhar para um amanhã melhor. Lembre-se que o futuro se faz agora e que hoje é o passado do futuro. Pense nisso.

 

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 17/08/2008
Alterado em 17/08/2008
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