Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Textos

Ciúme, um inimigo interno.

 

Num final de semana desses, em que o clima muda totalmente de um dia para o outro, contrariando as previsões metereologicas e frustrando toda a programação de lazer ao ar livre, me atirei nos livros. Não há nada mais prazeroso que um bom livro para nos fazer viajar, sonhar, vislumbrar novas possibilidades... Mas infelizmente nestes dias, até mesmo um bom livro não me satisfez. Passei então a folhear algumas revistas, dentre as quais, algumas já bem antigas. Lá pelas tantas, apareceu um belo artigo sobre maus sentimentos, que, gostaria inclusive, recomendar. Literalmente meu pensamento mergulhou na grandeza, na profundidade e na forma que o assunto foi exposto. Mas, infelizmente acabei extraviando o texto naquela montoeira de revistas.Quem sabe um dia desses reaparece, para então poder indicá-lo com mais precisão.

Mas, como o assunto me deixou bastante impressionado, ampliando significativamente minha visão sobre alguns sentimentos, não poderia ser ciumento e deixar de dividir esse aprendizado. Embora este espaço seja insuficiente e o assunto inesgotável, acredito que ao menos possa falar um pouco do ciúme. Este sentimento que se alia facilmente a outros sentimentos destrutivos e costuma complicar muitos relacionamentos. Não falo somente de relacionamentos amorosos, nos quais, geralmente é mais visível e freqüentemente citado nas rodas de amigos.

“O ciúme faz parte de uma visão possessiva do ambiente, do outro, de si”.Esta é uma passagem do texto que mostra o quanto esse assunto é amplo. Em outra, diz ser neurose, uma doença, afirma tratar-se de um sentimento destrutivo, que não faz a pessoa crescer e só faz sofrer quem o possui e quem o suporta. As descrições maléficas do ciúme feitas pelo renomado psiquiatra, que assinava o artigo, eram tantas e suas manifestações eram tão abomináveis que colocava em ameaça toda a sociedade e sua pujança tecnológica.

O ciúme em doses moderadas e eventuais pode ser estimulante e benéfico aos relacionamentos.Nos amorosos, o poeta costuma dizer que “o ciúme é o tempero no amor”. Entretanto, é de forma exagerada que ele costuma se manifestar e poucas pessoas aceitam que é um problema pessoal e subjetivo. Essas pessoas não acreditam que, em exagero ele pode destruir qualquer relacionamento, incluindo um forte e verdadeiro amor, pois não percebem a realidade que estão vivendo. O ciúme exagerado faz fantasiar, imaginar e criar histórias, fazendo com que a pessoa tire conclusões absurdas e assim mesmo se achar convencida e certíssima, devido a pensamentos e imagens equivocadas que a levaram a um circulo vicioso e de pensamentos distorcidos.

Este sentimento às vezes se confunde com a inveja, pois ambos se misturam com freqüência. Mas a inveja é mais difícil de ser admitida por subentender o sentido de inferioridade. Se, por exemplo, o nosso companheiro saiu com outra pessoa, estamos sendo invejosos ou ciumentos?  A resposta esta no tipo de sofrimento que estivermos sentindo, se for pela falta que o companheiro nos faz, então estamos sentindo a dor do ciúme, estamos sendo ciumentos. Por outro lado, se sofrermos porque acreditamos que o companheiro preferiu a companhia de uma outra pessoa e não a nossa, então é pura inveja.

Todavia, uma forma de alguém se livrar do ciúme, da inveja e outros males é alimentar a própria espiritualidade, porque vai entender que pertencem a parte mortal do seu eu, e, portanto, tem o dever de se rebelar, de combater de dentro de si esta parte obscura, embora seja uma luta difícil e a libertação plena talvez não seja alcançada.

As emoções sempre dominam o homem, independente do autodomínio que possa ter ele não é totalmente imune. Entre tantos sentimentos como o ciúme, a inveja e a avareza que subjugam com maior facilidade e freqüência às pessoas afetadas. Muitos ciumentos não gostariam de ser assim, mas não podem, não conseguem controlar a situação, são pessoas que precisam lutar, buscar um conhecimento psicológico e espiritual, para tornarem-se livres, donas dos próprios sentimentos, afetos e emoções. O ciúme é uma tentativa de preencher, saciar estas buscas. É uma grande e insaciável necessidade que nasce da falta de uma presença interior. Uma necessidade nunca é uma escolha, não é racional, não faz amadurecer a personalidade e não liberta, só faz sofrer.

Estou convencido que o ciúme, bem como a inveja e outros sentimentos deste tipo, são componentes da personalidade de cada um, e como tais, devem ser combatidos e vencidos.  É uma luta pessoal que deve ser travada em algum momento, cujo inimigo se esconde dentro de nós e necessita eterna vigilância, pois seu poder destruidor é devastador para a felicidade. Pense nisso.

 

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 12/06/2008
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