Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Felicidade, Interesses e Prazeres.

 

O estágio de desenvolvimento da humanidade entre tantos fatores deve-se especialmente aos diferentes pontos de vista e interesses. O progresso conquistado, ou os avanços desperdiçados trilharam por vários caminhos, desde os mais nobres, caridosos e amorosos aos do egoísmo e ganância e outros tantos interesses, muitas vezes não tão nobres quando desejável. Mas, esta questão de interesses diferentes, quando fundamentada em valores sadios, tem que ser respeitada e até incentivada, pois traz grande beneficio, seja no enriquecimento pessoal, relacionamentos ou avanços sociais, materiais e tecnológicos.

No entanto, quando esses interesses são voltados exclusivamente ao bem estar de um determinado grupo ou nação, torna-se fonte de atrito, desencadeando conflitos que chegam a sérias conseqüências como a utilização de armas e o sacrifício de vidas. No âmbito pessoal podem seguir na mesma direção, mas a primeira e mais comum das conseqüências é o desconforto e o rompimento dos relacionamentos, sejam estáveis ou simplesmente passageiros.

Nos relacionamentos, interesses diferentes levam ao rompimento. Geralmente isso ocorre quando um tem a intenção de querer transformar o outro, criando inúmeras situações para reclamações e discussões. Tudo com o objetivo de moldar o outro, de querer que o outro mude, assim como todas as coisas ao nosso redor se ajustem ao nosso próprio interesse e jeito de ser.

Essas pessoas acreditam que só alcançarão a felicidade quando conseguirem a satisfação dos seus interesses e a adequação das pessoas ao seu modo de ser. Na verdade, isto os levará justamente ao oposto e ao isolamento, pois confundem o prazer com felicidade. Acreditam que mantendo situações ou pessoas sob seu controle, isto é, moldadas ao seu jeito e interesses, alcançarão a felicidade. Mas isto não passa de um prazer, assim como um viciado encontra prazer na droga e não felicidade. 

O prazer é uma sensação de bem estar que se sente, é uma resposta orgânica ou mental que indica que determinada situação ou ação nos é benéfica. O prazer não tem o poder de nos dar a felicidade, mas podemos através dele, alcançar alegria. Embora bastante fugaz, com alegria se vive melhor, mas não necessariamente feliz, uma vez que a felicidade não mora no prazer. A alegria não alcança o nível da felicidade, mas nos impulsiona para que possamos alcançá-la.

A clara noção que se tinha, do que seria felicidade há alguns anos a cada dia fica menos explícita. Não tenho a pretensão de distinguir claramente prazer e felicidade, porque isto é tarefa para filósofos e outros iluminados. Mas, por ser uma busca pessoal e também por não seguir um único modelo, costumo dizer que é um estado que ultrapassa o prazer, porque a consciência se eleva a um estágio de completa satisfação, da qual o contentamento e o bem estar são plenos.

O prazer pode ser alcançado de forma relativamente fácil se comparado à felicidade é infinitamente mais fácil de obtê-lo. Enquanto o prazer pode ser obtido com a degustação de um doce ou com a simples companhia de uma pessoa querida, a felicidade pode ser obtida sem motivo específico, mas geralmente esta associada a fatores, como trabalho, família e relacionamentos. A felicidade alcançada sem ter motivo específico, talvez seja a mais autêntica forma de felicidade e, justamente por poder ser obtida sem qualquer razão está ao alcance de todos, e isto dá passagem à esperança que nos estimula a prosseguirmos.

A satisfação dos próprios interesses não pode ser buscada de forma egoísta, e sim de forma equilibrada, respeitando sempre as individualidades, caso contrário, seria o mesmo que ir contra a própria felicidade.

 Dessa forma, nunca deixe de buscar a satisfação e, principalmente sem vergonha de ser feliz, pois, se não demonstrarmos que somos felizes, como poderemos ajudar os outros a superarem suas misérias? Contribuir para a felicidade do outro é parte da construção da nossa própria felicidade. Pense nisso.

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 31/03/2008
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