Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Textos

O Mar

 

O mar é um sujeito forte e gentil que, para evitar o chocante contraste estético, criou um faixa de areia. Assim exercita sua beleza humilde sem magoar a terra bruta.

Onde a terra insiste em se defrontar apresentando as rochas como armas, quando o mar somente quer que suas ondas possam descansar suavemente na praia, ele simplesmente se defende.

Então as açoita na maré cheia e nas tempestades mostrando que é valente, porém logo as acaricia na calmaria, em sinal que seu coração sempre clama pela paz.

Fonte de inspiração para as almas poéticas, do fascinado pescador ao lavrador.

Nas noites quentes de luar, seu suave requebrar é como uma canção de ninar que nos convida a repousar a cabeça sobre as dunas, tendo como aconchegante edredom às rendadas ondas a nos refrescar.

O mar, seguido com o artigo masculino, exerce o fascínio do pai, mas com a função dos dois gêneros, basta mudarmos o artigo que faz lembrar a mãe, que se transformará em A mar.

Imensidão de água que nos acompanha por toda a vida, pois crescemos protegidos pela água desde a fecundação, que permanece em nosso corpo irrigando a vida. É do seio do mar que o pescador retira o seu sustento e também nos alimenta.

Na profunda imensidão e perenidade retrata a alma e sua imortalidade.

É cenário dos grandes amores, caminho do progresso e dos descobridores de novos mundos e universos interiores.

Retratado nas mais nobres melodias, nas artes e no dia a dia, espalha sonhos e magia no coração da humanidade.

Belo por natureza nos recebe de braços abertos, lavando as tristezas e purificando as energias para encher de esperança os novos dias.

Recebe em oferendas, sonhos e os pedidos dos mais íntimos segredos e sem promessas, devolve alegria em forma de esperança pra a luta de cada dia.

Afogado de felicidade nos convida a valorizar e viver a plenitude da vida.

É o mar, com sua água salgada, que faz mais doce o nosso viver.

Desde a infância e até depois de partir, vou sentir saudade de te ver a cada amanhecer...

Quando as minhas cinzas em ti se banharem, será o beijo de despedida de mais uma partida.

Sua eternidade me dá a certeza de um dia te reencontrar e em tuas águas me banhar, para novamente saciar o nosso amor.

 

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 30/03/2008
Alterado em 28/05/2013
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