Jair A. Pauletto
O Singular do Plural
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Com meus botões

A aflição em ter uma profissão não tem nada a ver com o desejo vocacional. Desejo vocacional é o projeto íntimo, enquanto profissão é uma forma de conseguir bens monetários, sociais e prestígio. Já o projeto íntimo, tem um significado bem maior, pois abrange profundamente nosso ser e nos envolve espiritualmente, de modo que, quem sintoniza com seu projeto íntimo não se abala diante dos obstáculos e não teme as tempestades, simplesmente ajusta as velas e leva o barco da existência a águas mais calmas. Mas, para acessar o verdadeiro desejo íntimo é necessário muito mais que aprender por meio do intelecto, é preciso realmente assimilá-lo e utilizar-se das vias intuitivas presente na nossa alma.

Essas intuições chegam ao nosso consciente sutilmente, basta estarmos atentos que aos poucos as identificaremos claramente. Tudo o que está no nosso interior tende a se manifestar exteriormente e geralmente da vazão de forma lenta e equilibrada. É o que nos faz agir racionalmente viver em sociedade. Reter os impulsos considerados anti-sociais e morais, requer significativo despender de energia, mas evitar legítimas sensações do espírito é desperdiçar energia produtiva, é alienar-se. Uma pessoa alienada perde o contato consigo mesma e com o que acorre ao seu redor, ou seja, vive naturalmente num estado doentio.

Não reconhecer os sinais da alma, evitar sensações, pensamentos, impulsos ou lembranças que chegam ao nosso consciente é uma forma de recusar nosso mundo Íntimo. Ignorá-las e agir como se não nos pertencessem, seria rejeitar o autoconhecimento, o crescimento pessoal. É anular-se como individuo e projetar nos outros, a própria vida, bloqueando o consciente dos sinais internos, deslocando para o mundo externo qualquer fato ou acontecimento inadequado.

É comum encontrar pessoas que, ao invés de dedicarem-se a tarefa de se conscientizarem da própria vida Íntima, apontam as imperfeições do outro, conseqüentemente potencializam a incapacidade de compreender seu íntimo, obscurecendo ainda mais sua visão do mundo interior. Vivem na ilusão alheia à própria realidade, a verdade do seu próprio ser, adotando um papel que não corresponde a sua vocação interior. São pessoas que vivem mentindo, mesmo não sendo mentiras verbalizadas, mas por serem mentiras contadas para o seu próprio inconsciente, projetadas para si mesmas, causando enormes danos que os impedem de elevarem-se espiritualmente.

O Crescimento pessoal exige coerência, como também, e acima de tudo, devemos estar equilibrados numa relação harmônica entre o que se sente e o que se vive, deve haver uma sincronia entre as partes. Ocultar, falsificar a própria realidade é usar máscaras, é prejudicar a própria intimidade e viver na angustiante sensação de impostor ou farsante, além de estarmos sempre aprisionados ao medo de um dia descobrirem o que realmente somos.

Segundo as teorias Jungianas “o Si-mesmo não é apenas o centro, mas também toda a circunferência que contém em si, tanto o consciente, quanto o inconsciente”.Portanto, a relação harmônica que me referi acima, é necessária não só para o crescimento espiritual e pessoal, mas também para que não falsifiquemos nossa realidade, vivendo num mundo ilusório, projetado por nos mesmos.

Para pararmos de projetar, precisamos primeiramente nos voltar e despertar para o mundo íntimo, Iluminando a consciência não apenas nas áreas externas, sendo que os olhos externos não são suficientes para essa tarefa, pois oferecem uma visão muito parcial.

Assim, é necessário aceitar-se e trabalhar para promover mudanças que nos levem ao crescimento. Não podemos nos adaptar ao conformismo e o modo triste como tudo vem acontecendo, nem suportar e permitir qualquer tipo de desrespeito, nem tampouco desrespeitar os outros. Não somos atores que ficam interpretando a vida, somos a vida inventando o mundo melhor. Não somos mais do que somos, mas seremos muito mais do que pensamos ser, quando encontrarmos nosso verdadeiro ser. Pense nisso.

Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 22/11/2007
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